quarta-feira, janeiro 28, 2009

Sobre tropeços e sapatos...

Quando tropeçamos em nossos próprios pés nos sentimos mal e a nossa vontade inicial é ficarmos sentados; às vezes, deitados, em posição fetal, esperando que algo nos acolha e nos encha de carinho. Porém, se ficarmos assim, morreremos de inanição, pois cabe exclusivamente a nós sustentarmos as nossas próprias cabeças (interna e externamente).

Olhar pra frente e não nos darmos por vencidos, manter a indignação no olhar, na voz, na sobrancelha, fazem parte do papel exclusivo do nosso personagem e constituem estímulos fundamentais para olharmos melhor para os pés antes de caminharmos rapidamente.

Uma vez, Flávio Tavares perguntou ao Che Guevara qual era a coisa mais importante para um soldado. O revolucionário respondeu, os sapatos (sem estar bem calçado o soldado não tem forças para combater). Ironicamente, quando foi morto, na Bolívia, estava descalço.

Essa frase de Che é importante, de certa forma, como metáfora para a vida, devemos olhar o nosso caminho e ver se nossos pés estão bem protegidos.

Às vezes nos esquecemos deles e o "nó da gravata" parece mais importante. Eis a primeira regra para não desatarmos os nós da vida.

Assim, a partir do tropeço, o primeiro passo é olhar para os nossos pés, ver o caminho que eles já trilharam e, assim, ter a certeza de que vai se chegar muito longe.

Ficar furioso e chateado é necessário, faz parte do poder de indignação. Que ótimo! É ele que vai te colocar pra frente.

Portanto, esbraveje, grite, exploda e não se esqueça que o mais bonito da vida é a experiência que ganhamos a cada dia. Como sempre digo, não troco meus 36 pelas belezas da vida aos 20 anos. Transforme-se o tropeço em experiência e se verá que temos o mais belo da vida.