terça-feira, agosto 17, 2010

"War is over" ou 10 minutos.



Encontrei esses meus rabiscos em meio a uma folha amassada e achei legal trazer pra cá.

War is over?
Será?
Nos tratados de paz sim, John, mas não em nossos espíritos. Aqui dentro a guerra continua... e cada vez pior. Mais brutal. Selvagem.
Olho para o motorista do carro ao lado como um adversário. Alguém a quem eu nego a condição humana. Desconheço-o. É o oponente a ser batido.
O oponente por um espaço maior, para alcançar a fila certa, que devo vencer para que eu chegue antes...
Dez minutos antes...
Antes de nada.

sábado, agosto 14, 2010

A cegueira do claro ou A escuridão da luz!



Nem sempre o que é claro é o visível.

Naquelas manhãs de ressaca, quando abrimos a veneziana, sentimos os raios do sol como duas lanças a perfurarem nossos olhos. A ponta da lança atinge nosso cérebro e uma pancada surda quase nos derruba. Fechamos a cortina rapidamente, e, como um lutador de boxe (ou vale-tudo, adequando-se à moda) que precisa do gongo, mergulhamos novamente nas águas doces da nossa cama.

Assim, mesmo na percepção dos sentidos, às vezes, a clareza nos cega.

Da mesma forma, em determinados momentos da vida, não é raro assistirmos situações pelas quais amigos passam e que parecem tão claras para nós que estamos longe do conflito. Não conseguimos compreender a dificuldade de superação do problema.

Por outras, nos sentimos idiotas quando alguém alheio ao nosso drama, cutuca um dos nossos ombros e olha nos olhos com cara de quem está falando com uma planta e esfrega a resposta óbvia na nossa cara.

Há como superar a cegueira da luz? Não sei. Mas tentar olhar a situação mais de longe, como se não fôssemos as personagens do filme, mas apenas uma câmera que acabou de invadir o espaço de alguém, sem roteiro, sem diretor e sem (muito)drama. Luz (agora sim), câmera e ação!