segunda-feira, junho 14, 2010

Vuvuzelas e a ética da alteridade.


Duas (quase) unanimidades da Copa: a Jabulang é uma excelente bola... ...para a liga mundial de Vôlei... e a Vuvuzela é chata!!

Sim, é chata. Concordo, mas aquela buzina do Estádio de Tóquio é muito pior! O que incomoda na vuvuzela não é o barulho apenas, mas o fato de que o som vai durar, pelo menos, um mês.

Como bom chato, declaro-me (só pela próclise, não precisaria dizer o quão chato sou) a favor da Vuvuzela!!

Sim. Aquela corneta que não para, com o perdão da redundância, deve continuar. Por quê? Porque é uma das características do futebol sul-africano. Lá, jogo de futebol tem Vuvuzela. É o respeito à forma como aquele povo participa do futebol.

No Brasil, hoje se canta, mas durante muitos anos tivemos as charangas nos Estádios. Nada mais chato do que ver o seu time empatando ou perdendo e quatro ou cinco sujeitos impregnando todos os espaços dos ouvidos com o som de marchinhas de carnaval, tocadas por metais, em pleno frio de julho.

Nunca vi nenhum movimento contra as charangas. Hoje, elas foram silenciadas pelos gritos e cânticos das (des)organizadas. Ainda bem.

Lá isso ainda não chegou (talvez por causa das onze línguas, ou porque achem chato gritar, algo meio tribal, sei lá) e a vuvuzela preenche todo o espaço. É o som da Copa!

Prefiro as Vuvuzelas a ouvir do Galvão Bueno que o Michel Bastos "descolou" um lançamento; do Arnaldo que não foi pênalti porque o atacante "dobrou do joelho"; do Casagrande... a voz. Ou, ainda, ouvir o Luciano do Vale festejando "lateraaaaaaalll para o Braaaasilllll".

Deixem a Vuvuzela em paz! Deixem o povo sul-africano expor a sua forma de torcer!

Tolerar a vuvuzela é efetivar da ética da alteridade.

Em tempo de final de NBA, aquela musiquinha que toca em TODOS os ataques de TODOS os times, em TODOS os ginásios, também é insuportável, mas sem aquilo, não é NBA.

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