Termina o ano; voando como sempre. Dezembro não passa, passou.
Quando nos damos conta estamos em uma fila interminável em alguma loja ou Shopping Center esperando para pagar por algo que nem lembramos bem o que ou para quem seja.
Vasculho a sacola e vejo o que comprei... Para quem é isso mesmo??? Ah sim, para a minha prima, que nunca vejo, mas que lembro no Natal.
Eramos muito apegados na infância. Naquela parte da vida que criamos laços de papel, feitos para que se rasguem ou amarelem no tempo. Poucos são os vínculos de infância que perpassam as rugas, as dores nas costas e a perda de cabelos... embora eu tenha perdido os meus bem cedo.
Já é o terceiro Natal que recordo comprar algo para ela e, curiosamente, não me lembro de ter entregue nenhum dos presentes...
Será que não entreguei ou não registrei a entrega no meu já diminuto HD de memórias.
Aliás, ando perdendo nomes.
Sim. Há alguns meses tenho perdido nomes; encontro pessoas que me chamam pelo nome, olho, reconheço, mas o nome... todos deviam usar crachá, é tão mais fácil.
Hoje mesmo fui visitar um amigo em uma empresa e encontrei um conhecido; um dos que perdi o nome em alguma gaveta entulhada de Mnemoisine. Ele trabalhava lá e eu nem imaginava, estava no elevador que eu entrei quando o meu olhar magnetizado por crachás já me autorizou a exclamar: - Luiz, há quanto tempo!!!
Ele sorriu e conversamos aquele velho papo de quem não se vê há muito, que não agrega nada para as nossas vidas e cujo conteúdo se perde no passar de mais três ou quatro andares, mas não importa, valem os sorrisos sinceros.
São eles que exigem o nosso contato com os outros e, de certa forma, viciam a nossa necessidade de manutenção das relações sociais. Aliás, minha prima tinha um lindo sorriso.
Um dia, talvez, as câmeras que vigiam a nossa cidade tirarão fotos quando qualquer pessoa sorrir. Quem sabe, não existirá mais noite, só flashes... daí para sempre!
Feli, não sei se já te disse, mas agora digo e publicizo: ESCREVES MUITO BEM, amigo querido. Estás de parabéns! Beijos.
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