Ainda era agosto, o ar frio do inverno não era apenas uma lembrança. Pelo contrário, exigia, ao menos, uma camada de lã. Encontrei um de meus colegas de escritório no saguão do nosso prédio. Ele olhava para a praça em frente.
Ao me ver, comentou: - Curioso esse hábito de certas pessoas namorarem nos bancos da praça. Parece que esquecem do mundo e só eles estão ali. Lembra o passado ou a tradição antiga do flerte no ponto de encontro das pequenas cidades!
Parei, olhei, dei razão a ele e subi para mergulhar na minha atividade profissional, sem me preocupar com tal flagra do cotidiano.
No sábado pela manhã, daquela mesma semana, precisei ir ao escritório. Estacionei o carro em frente à praça e percebi um casal.
Ele, aparentando uns sessenta e alguns, ela, uns cinqüenta e vários.
O agasalho desbotado dele e a sandália grosseira dela denunciavam a simplicidade da ambos.
Enquanto ele falava e gesticulava ela simbolizava todo o carinho e afeição em um gesto simples de organizar a franja grisalha e aparentemente macia do amado.
Olhavam-se como se mais nada houvesse em volta. Questionei-me se era a história narrada por ele entretia-os completamente, ou seria o sentimento nutrido por ambos que os faziam assim?
Risos, gestos, olhares... expressões...
Subitamente ele para de falar e ambos voltam seus olhares para o assento do banco onde estão. Ali, um celular.
Como o "filme" real que eu assisitia de dentro do meu carro não tinha trilha sonora, deduzi que o aparelho estava tocando... tiruriru tiruriruriiiii...
Ele pega o telefone e ela interrompe o gesto de anteder com um carinho na mão. Olham-se... Ele sorri... aperta um botão, larga o incômodo e continua a contar-lhe sua história...
Segue o meu dia e penso: - quem me dera pudesse ouvir todas as histórias que aqueles bancos da velha praça têm para contar.
Ao me ver, comentou: - Curioso esse hábito de certas pessoas namorarem nos bancos da praça. Parece que esquecem do mundo e só eles estão ali. Lembra o passado ou a tradição antiga do flerte no ponto de encontro das pequenas cidades!
Parei, olhei, dei razão a ele e subi para mergulhar na minha atividade profissional, sem me preocupar com tal flagra do cotidiano.
No sábado pela manhã, daquela mesma semana, precisei ir ao escritório. Estacionei o carro em frente à praça e percebi um casal.
Ele, aparentando uns sessenta e alguns, ela, uns cinqüenta e vários.
O agasalho desbotado dele e a sandália grosseira dela denunciavam a simplicidade da ambos.
Enquanto ele falava e gesticulava ela simbolizava todo o carinho e afeição em um gesto simples de organizar a franja grisalha e aparentemente macia do amado.
Olhavam-se como se mais nada houvesse em volta. Questionei-me se era a história narrada por ele entretia-os completamente, ou seria o sentimento nutrido por ambos que os faziam assim?
Risos, gestos, olhares... expressões...
Subitamente ele para de falar e ambos voltam seus olhares para o assento do banco onde estão. Ali, um celular.
Como o "filme" real que eu assisitia de dentro do meu carro não tinha trilha sonora, deduzi que o aparelho estava tocando... tiruriru tiruriruriiiii...
Ele pega o telefone e ela interrompe o gesto de anteder com um carinho na mão. Olham-se... Ele sorri... aperta um botão, larga o incômodo e continua a contar-lhe sua história...
Segue o meu dia e penso: - quem me dera pudesse ouvir todas as histórias que aqueles bancos da velha praça têm para contar.
Grande mestre... mais uma vez um artigo irreparável.
ResponderExcluirEspero a sua visita em meu blog, acabo de publicar um novo artigo.
Um forte abraço e mais uma vez, pelos os textos de ótima qualidade.... Parabéns!
Léo