Durante o Império Romano, báraros vencidos, marginais e contestadores à ordem romana, enfim, os que rompiam as normas, eram levados aos anfiteatros para lutarem contra “semelhantes” ou leões, a fim de divertirem ou entreterem aquele microcosmo social representado nas arquibancadas (GUARNIELO, Norberto Luiz. Violência como espetáculo: o pão, o sangue e o circo.).
No Ancien Régime, em frente ao Hôtel-De-Ville, durante os séculos XIV e XVIII, uma multidão se acotovelava para assistir e vibrar com enforcamentos, esquartejamentos, torturas e incinerações. Após a Revolução Francesa a assistência também lá comparecia, mas então, para assistirem o funcionamento da guilhotina. Comenta-se, inclusive, que quando da primeira execução por este instrumento – de Nicolas JacquesPelletier – a multidão saiu decepcionada com a rapidez do processo. O jornal francês La Chronique referendou o caráter “humanitário” da nova ferramenta: "Ela não mancha a mão de um homem da morte de seu semelhante, e a prontidão com a qual abate o culpado está mais de acordo com o espírito da lei, que pode muitas vezes ser severa, mas que não deve jamais ser cruel".
No Brasil, em 27 de março de 2010, após a leitura do veredito da condenação de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, por volta das 0h 20min, centenas de pessoas, entre elas crianças levadas pelos pais, aplaudiam a decisão, acendiam fogos de artifícios e, em êxtase, gritavam e cantavam: “eia, eia, eia, eles vão para a cadeia!!”, "Pega lá, pega lá, pega lá, pra nós linchar!!!”...
A população comemora e sorri! Apesar de todas as vidas desgraçadas... Da mãe e de sua família; dos pais e dos filhos de Alexandre e Anna Carolina e, principalmente, de Isabella. O silêncio teria sido a melhor manifestação de respeito ao drama familiar que todos nós assistimos.
O tempo passa e a sede por sangue é a mesma...
Muito bem Feli, era o que eu gostaria de dizer. Abs, Xande Wunderlich
ResponderExcluirBoa, tive uma enorme vontade de escrever sobre isso.
ResponderExcluirVoltei a publicar artigos no meu blog, dá uma passada por lá.
Um forte abraço,
Sucesso.