Mudança: troca, substituição, alteração, modificação, permuta, inovação, transferência, deslocamento, afastamento...
Palavra ambígua. Divide nosso coração ao meio, entre a euforia incontida e a profunda melancolia. Complicado. Montanha-russa de sensações, maníaca e depressiva, uma espécie de transtorno bipolar com data marcada.
Sofreguidão.
A vontade de deparar-se com o novo ou de retornar ao seio antigo, à estabilidade das relações, ao carinho e afago priscos, longínquos, talvez o nosso mais remoto traço da memória; desatormentar o sentido. Viver mais leve, se é que o peso não é nossa idiossincrasia que nos é apenas característica sermos o que somos, o que sonhamos, o que tememos, o que nos ilumina e destrói.
Na saída são abraços, risos, lágrimas, calafrios, malas, roupas, sapatos, livros, muitos, beijos, olhos carregados, lágrimas que não se permitem suicidar e que embaçam o penhasco da íris. Sonhos abertos, novos sonhos... novos tempos.
Na chegada, o mesmo. Curioso, mas exatamente o mesmo. Alegremente o mesmo.
Vai-se, mas não se abre mão de nada que ficou para trás, ou melhor... Nada ficou para trás!! Apenas não se está mais junto diariamente, mas se carrega no peito, na memória permanentemente presente e nas facilidades das novas tecnologias.
Tal qual antes... apenas um pouco mais remoto.
Quando a mudança vem, nos sensibilizamos profundamente com o valor da Vida e quando as “lágrimas que não se permitem suicidar ... embaçam o penhasco da íris” um grito sufocado fica evidente para “dizer” o quanto aquela pessoa agora é parte de nossas vidas porque modificou-nos de alguma forma, acresceu experiências válidas nosso Ser mas a Vida é assim, é um ciclo do qual não podemos nos esquivar, as pessoas vão e vem, e o que consola-nos na partida é o fato de não termos passado indiferentes na Vida de alguns daqueles que tivemos a oportunidade de conhecer.
ResponderExcluirUm abraço Professor.
Tchê, é o Scania-Spreita, deixo um abraço ...
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